Supercomputador do Inpe eleva a precisão da previsão do tempo e do monitoramento de desastres no Brasil
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) inaugurou um supercomputador de última geração em Cachoeira Paulista (SP), projetado para modernizar a previsão do tempo e o monitoramento climático no Brasil.
A máquina faz parte do programa RISC (Renovação da Infraestrutura de Supercomputação) e representa um salto inédito em capacidade de processamento e detalhamento dos modelos atmosféricos.
Com desempenho seis vezes mais rápido que o sistema anterior e 24 vezes mais capacidade de armazenamento, o equipamento permite análises mais completas, previsões mais curtas e alertas antecipados para chuvas intensas, ondas de calor e deslizamentos.
Como o supercomputador do Inpe melhora a previsão do tempo no Brasil
O avanço está tanto na velocidade de processamento quanto na resolução espacial. Uma previsão de 10 dias que antes levava três horas agora é feita em menos de duas horas. O modelo global passa a operar com grade de 10 km e pode chegar a 3 km para a América do Sul, permitindo detectar fenômenos meteorológicos com mais precisão.
Esse aumento de detalhe é essencial para emitir alertas preventivos e planejar ações de mitigação. Governos, produtores rurais e concessionárias de energia passam a ter acesso a previsões mais confiáveis e localizadas.
MONAN: o modelo brasileiro de previsão climática
O sistema é operado com o MONAN (Modelo de Análise Numérica), software criado pelo próprio Inpe. Desenvolvido em código aberto, o MONAN foi ajustado à realidade tropical e subtropical da América do Sul, o que o torna mais preciso para as condições brasileiras.
Além de gerar previsões operacionais, o modelo contribui para pesquisas em mudanças climáticas, qualidade do ar, comportamento oceânico e análise de eventos extremos.
Tecnologia climática e inovação: aplicações práticas no Brasil
Agricultura
Produtores podem planejar melhor o ciclo de cultivo, reduzindo perdas causadas por estiagens ou chuvas fora de época. A modelagem aprimorada também apoia o uso racional da água e o manejo sustentável do solo.
Energia
Com previsões mais confiáveis de vento e radiação solar, o setor elétrico ganha previsibilidade na geração renovável e mais eficiência na gestão de demanda.
Defesa civil
A antecipação de chuvas intensas, alagamentos e deslizamentos permite atuação mais rápida, evitando tragédias e minimizando prejuízos materiais.
Pesquisa e inovação
A nova infraestrutura abre caminho para parcerias entre universidades, startups e órgãos públicos. O Brasil entra na lista dos países que utilizam supercomputação para modelagem atmosférica de alta resolução, ao lado de Estados Unidos, Japão e Reino Unido.
Quanto o Brasil investiu no supercomputador do Inpe?
A primeira máquina recebeu R$30 milhões em investimento público e faz parte de um plano total de R$200 milhões até 2028. Além do supercomputador, o projeto prevê modernização do data center, refrigeração otimizada e instalação de uma usina solar para reduzir custos energéticos.
Como o supercomputador ajuda a prevenir desastres naturais
Com a capacidade de gerar cenários de risco detalhados, o Inpe passa a oferecer previsões mais específicas para regiões vulneráveis.
Isso significa alertas antecipados para eventos como enchentes, deslizamentos e tempestades severas. Essas informações orientam decisões rápidas de evacuação, acionamento de equipes e emissão de alertas em tempo real.
Por que o supercomputador do Inpe fortalece a ciência e a inovação no Brasil?
A modernização da infraestrutura climática reforça a autonomia científica do país. Com dados próprios e modelos calibrados para a região, o Brasil reduz a dependência de previsões estrangeiras e fortalece sua posição no campo da meteorologia e da pesquisa ambiental.
A iniciativa também conecta ciência e aplicação prática, tornando o conhecimento climático uma ferramenta estratégica de gestão pública e privada.
O papel da inovação científica na resiliência climática
O novo supercomputador do Inpe não é apenas um avanço tecnológico, é um marco para a ciência brasileira. Ele transforma dados em decisões e permite que o país reaja com mais agilidade diante de crises climáticas.
A precisão das previsões fortalece políticas públicas, impulsiona setores estratégicos e amplia a capacidade nacional de proteger vidas e recursos.